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terça-feira, 19 de outubro de 2010

MANEIRISMO, BARROCO E ROCOCÓ

MANEIRISMO, BARROCO E ROCOCÓ.
Este texto foi elaborado com objetivo de ministrar aulas da disciplina de História da Arte, na Universidade Paulista - UNIP, com os cursos de Fotografia, Design Gráfico e Produção Multimídia. As minhas lâminas, em power point, busquei aproximar às teorias ao contexto sóciopolítico cultural, entre outros.
Os períodos da História da Arte,buscam estudos com varios viés disciplinares. Trata de um trabalho interdisciplinar. São épocas fortes na história da arte, principalmente, porque esses períodos têm grande representatividade em nosso país, BRASIL. Ao abordarmos tais épocas, faremos uma divisão com objetivo metodológico, pois eles sabemos que eles aconteciam paralelamente, sem vê-los de forma estanque.
MANEIRISMO
O ambiente que deu origem ao Maneirismo foi marcado por mudanças na economia, na política, na cultura e na religião.
Na política, a invasão da Itália pela França, Alemanha e Espanha, entre o fim do século XV e o início do século XVI, que levou a uma radical alteração no equilíbrio de forças do continente, culminando no sangrento Saque de Roma de 1527 e levou a uma fuga de artistas e intelectuais para outros países.
O Maneirismo, em italiano, significa maneira, o termo foi utilizado por Vasari para dizer sobre a "maneira" que cada artista trabalha.Valendo-se dos mesmos elementos do Renascimento, com um espírito diferente, criavam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que são a marca inconfundível do estilo maneirista.
Embora o Barroco assumiu características ao longo da história, e surgiu com a Contra-Reforma e a arte desempenhou um papel propagandístico.
Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso reinante na Europa nesse momento. Propaganda de fundo religioso, pois quem viu uma igreja barroca sentiu o cenário. Neste contexto a Igreja e toda a Europa estava dividida após a Reforma de Lutero que defendeu os cinco solas, princípios fundamentais da Reforma protestante:
Sola fide (a fé);
Sola scriptura (a Escritura);
Solus Christus (Cristo);
Sola gratia (graça);
Soli Deo gloria (glória somente a Deus).
Carlos V, ao derrotar as tropas do sumo pontífice, saqueou e destruiu Roma.
Assim, os impérios se formam e o homem não era a única medida do universo.
Reinam a desolação e a incerteza.
Acontece a transição entre o Renascimento e o Barroco e outros veêm como um estilo.



O BARROCO
O termo "barroco" advém da palavra portuguesa homônima que significa "pérola imperfeita".
O tratamento barroco de temas idênticos ao do Renascimento mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual.
Uma evidente estilização exagerada e detalhes começam a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.
Os artistas barrocos foram patrocinados pelos monarcas, burgueses e pelo clero.
As pinturas e esculturas deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as emoções da vida e do ser humano.

BARROCO NO BRASIL É RIQUÍSSIMO!
O barroco, no Brasil, foi introduzido no início do século XVII, pelos missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã.
Bases conceituais giravam em torno da simetria, da proporcionalidade e da contenção, racionalidade e equilíbrio formal.
Assim, sua estética primou pela assimetria, pelo excesso, pelo expressivo e pela irregularidade.
O Barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território. 
O Barroco não foi a primeira manifestação cultural brasileira, pois o
Maneirismo iniciou sua curta história "oficial" de quinhentos anos, auto-sustentável - contra uma natureza selvagem e povos indígenas.
Barroco foi movido pela inspiração religiosa com enorme ênfase à sensorialidade e à riqueza dos materiais e às formas existente em exuberância no Brasil.
Entre glória espiritual e êxtase carnal, o artesão criou algumas obras de arte de enorme complexidade formal e perícia, como também a inventividade, eles eram anônimos e de extrato popular.
Outra fato que, infelizmente, ocorreu no Brasil que contribuiu para a extinção de alguns monumentos  Barroco, foi a dominação holandesa, no nordeste, destruiu as edificações católicas e, na segunda metade do século XVII, após a expulsão dos invasores, o esforço principal se concentrou na restauração e reforma das estruturas pré-existentes, com relativamente poucas fundações novas.
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em Vila Rica, hoje Ouro Preto MG, por volta de 1730. Era filho natural de um mestre-de-obras português, Manuel Francisco Lisboa, um dos primeiros a atuar como arquiteto em Minas Gerais, e de uma escrava africana ou mestiça que se chamava Isabel.
Em Minas o rococó, especialmente, em relação à elaboração das fachadas das edificações religiosas, ornamentação interior e a disposição quadrangular das igrejas, teve uma grande influência.
Principalmente, porque esse contexto, em parte do período, o Ciclo do Ouro estava em frança expansão.
ROCOCÓ
Rococó forma da palavra francesa rocaille, que significa "concha", associado às certas fórmulas decorativas e ornamentais, como por exemplo, a técnica de incrustação de conchas e pedaços de vidro, usados na decoração de grutas artificiais, em louças, em fachadas das residências.
O rococó tem como principais características:
- Cores claras;
- Tons pastéis e douramento;
- Representação da vida profana
da aristocracia;
- Representação de Alegorias;
- Estilo decorativo.
- Possui leveza na estrutura das construções.
- Unificação do espaço interno, com maior
graça e intimidade.
- Texturas suaves.
Um dos grandes representante do Barroco foi Manoel da Costa Athaide (Mariana MG 1762-1830);
Pintor, dourador, encarnador, entalhador;
Foi e é considerado importante artista do barroco mineiro; Em suas obras observam-se referências aos modelos das bíblias e catecismos europeus.
O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses, leigos e religiosos;
Seu desenvolvimento pleno se dá no século XVIII, 100 anos após o surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século XIX.
Bury, John. "As Igrejas 'Borrôminicas' do Brasil Colonial" in: Arquitetura e Arte no Brasil Colonial (Monumenta)[1]
O Aleijadinho por Rodrigo Bretas
- Biografia do Aleijadinho em descubraminas.com.br
- Martins, Judith. Subsídios para a biografia de Manuel Francisco Lisboa. Revista do IPHAN (1940)
Oliveira, Myriam Andrade Ribeiro de (2003). O rococó religioso no Brasil. São Paulo: Cosac & Naify

Silva, Soraia. Profetas em movimento: dansintersemiotização ou metáfora cênica dos Profetas do Aleijadinho utilizando o método Laban. EdUSP, 2001.
Colangelo, Adriano. Mil anos de arte. Editora Cultrix, sd. p. 64
Wood, Marcus. Slavery, History and Satyre. In Oboe, Annalisa & Scacchi, Anna. Recharting the Black Atlantic: modern cultures, local communities, global connections. Routledge, 2008. pp. 135-136
Bosi, Alfredo. Dialética da colonização. Companhia das Letras, 2001.
Manguel, Alberto. Leyendo imagenes. Editorial Norma, 2003. p. 240

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